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Egito reinaugura Suez sob sombra do EI


07/08/2015

O forte aparato militar mobilizado para garantir a segurança da inauguração do novo canal do Suez, nesta quinta-feira (6), já era por si só uma prova da preocupação do governo do Egito com a ameaça de militantes radicais ligados ao Estado Islâmico (EI) na região.

 

Nos cerca de 130 km que ligam o Cairo a Ismailia, cidade na margem ocidental do canal que foi palco da festa, militares em tanques monitoravam o movimento dos comboios de ônibus escoltados por forças do governo. Barreiras para checagem de documentos foram instaladas em vários pontos da rodovia e no local da cerimônia.

 

O presidente Abdel Fattah al-Sisi, no entanto, decidiu ir além e acrescentou em seu discurso, já no início, um recado: "Nós estamos lutando contra eles [militantes] e vamos vencê-los."

 

Segundo Sisi, as obras do novo canal –que custaram US$ 8,5 bilhões e permitirão praticamente dobrar o número de embarcações por dia até 2023 (de 49 para 97)– foram feitas em "circunstâncias extremas", entre elas, o combate ao terrorismo.

 

Apesar da forte propaganda, poucos líderes ocidentais aceitaram o convite para a cerimônia. O presidente francês, François Hollande, único chefe de Estado europeu presente, se sentou ao lado de Sisi, responsável por fechar recentemente a primeira compra de caças Rafale fora da França.

 

 

RISCO

 

A leste do canal fica a península do Sinai, que nos últimos meses registrou atividade cada vez maior de terroristas vinculados ao EI.

 

Só no último mês, um navio da Marinha egípcia foi atingido por um foguete na costa norte do Sinai, e mais de 60 soldados –número não confirmado pelo governo– teriam sido mortos em ataques a postos militares.

 

"Há, sim, um risco de ataque terrorista contra navios no canal", afirma David Butter, do centro britânico de estudos Chatham House. Ele, contudo, destaca que o governo egípcio tem feito um "grande investimento em segurança" diante da ameaça.

 

As ações extremistas crescem à medida que Sisi –um dos arquitetos do golpe que depôs o islamita Mohammed Mursi, em 2013, e declarou a Irmandade Muçulmana grupo terrorista– endurece a repressão a seus membros.

 

Para Simon Bennett, diretor de relações exteriores da Câmara Internacional de Marinha Mercante, porém, um desvio de rota para evitar o canal, pelo custo, só se justificaria sob ameaça extrema.

 

"A opção seria cruzar o Cabo da Boa Esperança [no extremo sul do continente africano]. Foi o que aconteceu quando o canal do Suez foi fechado na década de 70", lembra Bennett. "Mas isso resultaria em custos muito mais altos com transporte."

 

Fonte:Folha De S. Paulo


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