24/09/2015
A taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito alcançou 403,5% ao ano em agosto. Um ano antes, essa modalidade estava em 311,1% ao ano, segundo pesquisa do Banco Central.
Essa é a linha mais cara entre as principais modalidades de crédito para o consumo. Por isso, especialistas recomendam a quem não consegue pagar a fatura optar pelo pagamento mínimo, que garante uma taxa mais baixa.
O custo para quem parcela o pagamento ou faz compras a prazo com juros é de 130% ao ano em média.
De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o juro alto nessa linha é alimentado pela inadimplência de 37,6% nessas operações, e os atrasos são influenciados pelo custo elevado, criando uma espécie de círculo vicioso.
"Quando a pessoa deixa de pagar o mínimo da fatura, isso vira rotativo, mas ainda não é inadimplência", afirmou. A inadimplência só começa quando o pagamento tem atraso superior a 90 dias.
Apesar do custo elevado, o uso dessa linha cresceu cerca de 3% neste ano.
Outra modalidade cara e que teve procura maior nos oito primeiros meses de 2015 foi o cheque especial, cuja taxa média estava em 253,2% ao ano em agosto. Esse é o maior valor desde setembro de 1995 (271,5% ao ano).
Maciel afirmou ainda que muitos desses clientes têm optado por renegociar suas dívidas. Nesse caso, troca-se uma operação cara por outra com juros menores.
O estoque de dívida renegociadas cresceu 11,5% neste ano. O juro médio nesses casos é de 45% ao ano.
Maciel disse que nem todos os consumidores conseguem, com a mudança, manter as novas prestações em dia. A chamada reinadimplência atingiu em agosto 16,4% dessas novas dívidas.
Segundo o BC, a alta dos juros em quase todas as linhas ao consumo reflete o aumento da taxa básica promovido pelo BC até julho passado. Disse ainda que os juros de mercado continuam a subir, o que deve se refletir nas taxas futuramente.
A inadimplência para pessoas físicas passou de 5,3% em junho para 5,5% em agosto, ainda abaixo dos 5,7% em agosto do ano passado. Na média, a taxa de juros do crédito ao consumo (crédito livre pessoa física) passou de 49,7% em agosto do ano passado para 61,2%, novo recorde para a série iniciada em março de 2011.
Na comparação com o PIB, o estoque de crédito alcançou o pico de 54,7% em dezembro de 2014 e está agora em 54,6%.
Fonte:Folha De S.Paulo
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