01/08/2017
UGT-RJ participa da Marcha das Mulheres Negras em Copacabana
Um lindo tapete negro ocupou a Zona Sul do Rio! Assim, as integrantes do Fórum de Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro (FMNRJ) definiam a III Marcha de Mulheres Negras realizada neste domingo, 30, na orla de Copacabana.
Sob o lema “Mulheres negras no centro do mundo”, a manifestação reuniu milhares de pessoas, chamando a atenção da população e autoridades governamentais para a urgente necessidade de criação de políticas pública contra o racismo, a homofobia, o genocídio da juventude negra, a recuperação das perdas provocadas pelas reformas do Governo Temer e pelo reconhecimento das comunidades quilombolas.
“Lutamos pelo fim da corrupção, por um governo que nos empodere, por respeito, pelo direto à educação, pelo pleno acesso ao mercado de trabalho e contra todas as formas de violência. Nós, mulheres negras, resistimos”, discursavam as militantes, mulheres negras, de favelas, domésticas, quilombolas, universitárias e sindicalistas. Mulheres vindas de vários municípios do Rio de Janeiro (Niterói, São Gonçalo, Resende, Duque de Caxias, Arraial do Cabo, Belford Roxo, Cabo Frio, Maricá e tantos outros).
A marcante presença do interior
Central sindical que tem entre suas bandeiras de luta a diversidade humana e o empoderamento feminino, a União Geral dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (UGT-RJ) participou da marcha.
Secretária da Mulher da UGT-RJ, Fátima dos Santos se diz impressionada com a repercussão do evento. “Este ano, tivemos uma grande adesão dos municípios. Trouxemos de Guapimirim (Região Metropolitana) mais de 50 mulheres”, afirmou a secretária, destacando a presença do prefeito e da secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos daquela região, Zelito Tringuelê e Paula Machado.
“A marcha foi muito bonita. Muitas pessoas de Guapimirim não conheciam essa iniciativa, que serve para aumentar a autoestima das mulheres negras e da juventude negra. Vamos nos mobilizar para que tenhamos três vezes mais pessoas aqui do município e de outros vizinhos participando da próxima marcha”, afirmou a secretária Paula Machado.
Segundo a ugetista Fátima Santos, que também é coordenadora de Igualdade Racial de Guapimirim, “as mulheres estão entendendo o nosso papel. Depois dessa marcha, os gestores de Guapimirim terão um olhar diferente em relação às demandas da população negra do município”, garante
Nenhum direito a menos
A repercussão da manifestação também foi observada pela secretária da Diversidade Humana da UGT nacional e do Rio, Ana Cristina Duarte. “Este ano, mulheres de quase todos os municípios marcaram presença. As mulheres também mostraram grande preocupação com a perda de direitos imposta pela reforma trabalhista, em particular com a revogação da lei que permite o trabalho de mulheres grávidas e lactantes em ambientes insalubres (Lei 13.467)”, enfatizou ela.
Segundo a secretária ugetista, mulheres negras são maioria nos espaços de trabalho com maior incidência de insalubridade. Cristina citou, ainda, a presença masculina e de sindicalistas da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Áreas Verdes (Conascon), concluindo: “Precisamos envolver todos os setores da sociedade nessa discussão”.
UGT - União Geral dos Trabalhadores