UGT UGT

Filiado à:


Filiado Filiado 2

Notícias

O Poder Corporativo


01/10/2013

 

A tendência do Capital é ir na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza: a natureza e o trabalho ( Karl Max, meados do século XIX)


Recentemente participamos em São Paulo de um Seminário Internacional promovido pela União Geral dos Trabalhadores em parceria com a Fundação Friedrich Ebert, da Alemanha para  tratar do tema trabalhadores e trabalhadoras construindo estratégias globais frente ao poder das multinacionais. O encontro contou com as presenças de importantes expositores que abrigam nas suas agendas de trabalho responsabilidades institucionais, como é o caso de Victor Baes, da Confederação Sindical para os Trabalhadores/as das Américas – CSA; de Lilian Arruda, Coordenadora de Pesquisas do Observatório Social; de Tina Hennecken, diretora para o Brasil da Fundação Friedrich Ebert Stiftung; de Adriana Rosenzvaig, Secretária Regional da Uni Global Union Américas, além de outros palestrantes, com destaque para a palestra de abertura proferida pelo professor Ladislau Dowbor, da PUC/SP.

 

De tudo o que se disse e se discutiu, conclui que o movimento sindical brasileiro está ainda muito despreparado para o enfrentamento da organização fria e tecnicamente elaborada pelo capital internacional, que cada vez mais se afasta dos princípios éticos de respeito ao ser humano e à natureza  e ainda:  ora cooptam os governos, ora os desafiam impondo regras de trabalho não condizentes com as convenções e acordos aprovados de forma tripartite pela OIT, ou ainda fazem um verdadeiro leilão entre os países para instalarem suas fábricas, suas universidades, a procura de minimizar seus custos pela exploração do trabalho e, por consequência, maximizar seus lucros.

Esta teia global foi idealizada na América Latina na década de 70 e tecida  no Brasil na década de 80, com o pleno apoio do governo  da época. Apoio este que incluía a promoção de cursos, seminários e viagens ao exterior para conhecimento de estratégias ligadas a reengenharia, reestruturação produtiva, cinco “S” ilhas de produção, etc., tendo por foco empresas européias, americanas e japonesas, nas quais a teia já havia sido traçada com sucesso (do ponto de vista empresarial). Construía-se assim a rede globalizada, por meio da qual o capital multinacional fareja melhores oportunidades otimizar seu lucro.

 

Sentindo as fortes mudanças no mundo  do trabalho, o movimento sindical acordou e, por meio do DIEESE, conseguiu o apoio do governo no sentido de dar aos trabalhadores a mesma oportunidade de conhecer a nova realidade que se impunha, que se deu por meio do Programa de Capacitação de Dirigentes e Assessores Sindicais, levado a efeito na  década de 90.

 

Não obstante, ainda estamos engatinhando no conhecimento das ferramentas necessárias para a construção de uma rede sindical capaz de proteger os  direitos dos trabalhadores  das multinacionais nos países em que estejam instaladas e garantir por meio de negociações coletivas condições de trabalho decente nesta cadeias produtivas.

 

As ditas ferramentas estão disponíveis para o movimento sindical: A Declaração da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, através das sua Diretrizes;  o Instituto Observatório Social,; a Fundação Friedrich Ebert; a Confederação Sindical  para os trabalhadores das Américas, dentre outras.

Admito que  o cenário descortinado durante o  Seminário aponta um único caminho a ser seguido por nós, sindicalistas: inteirar-se do que se passa neste mundo economicamente globalizado para , então, negociar as relações de trabalho também de forma globalizada.




logo

UGT - União Geral dos Trabalhadores


Rua Formosa, 367 - 4º andar - Centro - São Paulo/SP - 01049-911 - Tel.: (11) 2111-7300
© 2023 Todos os direitos reservados.