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O papa Francisco encerrou uma espera de quase cinco anos ao indicar como cardeal, na manhã de ontem, dom Orani João Tempesta, 63, o arcebispo do Rio de Janeiro.

Sua nomeação era aguardada desde abril de 2009, quanto Tempesta assumiu o posto de arcebispo na capital fluminense, cuja arquidiocese, pela tradição, sempre foi comandada por cardeais.

Dom Orani foi o único brasileiro incluído na lista de 19 novos cardeais, que receberão o título cardinalício em 22 de fevereiro. A lista inclui o primeiro cardeal do Haiti e outros de países pobres como Burkina Faso e Nicarágua.

"Dá um frio na barriga. Peço a Deus que me dê o dom de bem representar o Rio e o Brasil no cardinalício", disse dom Orani na primeira missa após a confirmação, de tarde, na Igreja da Ressurreição, em Copacabana. Em seguida, subiu os acessos aos morros do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, onde abençoou fiéis.

Além de dom Orani, o Brasil tem nove cardeais. Eles têm a missão de auxiliar o papa em seu ministério e trabalhar pela preservação dos fundamentos da fé católica.

O arcebispo do Rio alcançou visibilidade inédita por seu papel na organização da Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013, e esteve ao lado do papa durante todas as atividades públicas.

O evento foi bem sucedido do ponto de vista religoso, mas do ponto de vista financeiro a Jornada se transformou num problema sério: ainda resta dívida de R$ 31,5 milhões com fornecedores.

Paulista de São José do Rio Pardo, dom Orani foi escolhido bispo para a diocese de sua cidade em 1997 e depois arcebispo de Belém (PA) em 2004, antes de ir para o Rio.

A influência de Tempesta se consolidou por sua participação em rádios, jornais e emissoras de TV. Monge da Ordem Cisterciense, ele conciliou o trabalho de gestor com a função de apresentador de rádio e televisão.

Dom Orani sempre buscou a aproximação entre o evangelho e as mídias de grande alcance. Tem seu próprio site e perfis nas redes sociais, e usa aplicativos em seu smartphone para despachar.

É presidente da emissora católica de TV Rede Vida e atua em conselhos de comunicação, como o do Congresso Nacional.

Fonte: Uol