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Crise faz saques na previdência privada subirem 22% no 1º trimestre


23/05/2016

O desemprego em alta e a inflação pressionada achataram a renda das famílias e provocaram aumento de 22% nos resgates na previdência privada aberta no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2015.

 

Os dados são da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida). Os saques saltaram de R$ 10,98 bilhões para R$ 13,39 bilhões. Como resultado, a captação líquida -diferença entre saques e resgates- caiu 13,4% no primeiro trimestre, para R$ 8,13 bilhões.

 

A queda foi amenizada pelo leve aumento nos depósitos, de 5,7%, nos três primeiros meses do ano.

 

"No primeiro trimestre, as pessoas têm mais contas para pagar, então elas recorrem ao dinheiro mais líquido", diz Edson Franco, presidente da Fenaprevi. "Os planos de previdência ficam por último, mas nenhum segmento da economia brasileira consegue viver isolado da crise."

 

Nos fundos de pensão patrocinados -em que empresas e empregados fazem os aportes de forma conjunta-, a crise também parece estar se traduzindo em aumento de resgates, segundo José Ribeiro, presidente da Abrapp (associação de previdência fechada).

 

"Suponho que tenha havido aumento de resgate em razão de maior volume de demissões, embora não tenhamos dados concretos."

 

REFORMA

 

Esse movimento visto nos últimos meses vai na contramão do que especialistas dizem ser o ideal, principalmente em meio ao anúncio do governo interino de Michel Temer de que tentará aprovar uma reforma da Previdência.

 

Segundo analistas, é um erro resgatar um dinheiro que deveria ajudar a complementar a renda na aposentadoria. O recomendado é manter, com o plano de previdência, um colchão de emergência para ajudar a enfrentar crises como a atual.

 

"No INSS, a gente não sabe o que vai receber no futuro. Quem se aposenta agora sabe que vai ter uma renda para o resto da vida. Mas há um descasamento, pois menos pessoas estão contribuindo para a previdência de quem está hoje na ativa", diz Michael Viriato, professor de finanças do Insper, instituto de ensino e pesquisa.

 

Nesse contexto, torna-se ainda mais importante o planejamento para complementar a renda no futuro.

 

Para quem não tem disciplina, paciência ou tempo para fazer a gestão dos recursos, a previdência aberta pode ser uma boa solução. A primeira escolha que deve ser feita é o tipo de plano e a forma de tributação.

 

CUIDADOS

 

Mas escolher um plano de previdência exige cuidados. O principal é evitar que seu rendimento seja muito corroído por taxas.

 

"O investidor deve olhar a taxa de carregamento na entrada e na saída ou em ambos", diz a planejadora financeira Diana Lemos Benfatti.

 

A taxa de carregamento de entrada é cobrada quando o cliente aplica os recursos. Se investir R$ 100 e a taxa de carregamento for de 1%, por exemplo, apenas R$ 99 serão aplicados. A de saída é cobrada para inibir resgates frequentes -além de ser mais uma forma de a instituição financeira lucrar.

 

Em relação à taxa de administração, o valor importa menos do que o retorno que do plano de previdência escolhido. "É preciso analisar o histórico do plano de pelo menos dois anos. Se nesses dois anos ruins a rentabilidade for boa, o gestor é bom", afirma Viriato, do Insper.

 

Se o investidor for jovem, vale a pena optar por um plano com mais exposição à renda variável. A teoria diz que ele teria mais tempo para recuperar eventuais prejuízos. Já pessoas mais perto da idade de se aposentar deveriam aplicar em ativos mais conservadores, para não colocar em risco um dinheiro do qual vão precisar em breve.

 

Vale lembrar que a previdência privada não é a única forma de acumular esses recursos com foco no longo prazo. No Tesouro Direto, por exemplo, é possível programar aplicações mensais da mesma forma que nos planos de previdência. O cuidado deve ser diversificar os títulos -ou seja, comprar um pouco de prefixado, pós-fixado e atrelados à inflação- e só vender no vencimento.

 

Outras opções conservadoras são CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), normalmente atrelados ao CDI (taxa de juros de empréstimos entre instituições financeiras), e fundos de investimento, de preferência conservadores. 

 

Fonte: Folha de São Paulo


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