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Saúde responde por 28% dos infectados


29/06/2020

Boletim Epidemiológico da Prefeitura informa que 28,1% dos infectados em Campinas pelo novo coronavírus são profissionais da área da Saúde, que estão na linha de frente do combate à pandemia nas redes pública e privada da cidade. Exames foram realizados em 5.012 pessoas que apresentaram sintomas da Covid-19, e 25% delas, ou 1.236, testaram positivo. Outras 2.765 suspeitas foram descartadas e 1.011 ainda estão aguardando resultados. Seis profissionais da Saúde morreram, uma taxa de 3,2% das mortes pela doença na cidade.

 

 

Entre os que testaram positivo, 452 são técnicos ou auxiliares de enfermagem, 283 médicos, 140 enfermeiros, 60 recepcionistas, 35 fisioterapeutas, e os demais somam outras categorias profissionais da área.

 

O documento analisa a situação da pandemia na cidade com dados até 16 de junho. Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), até o dia 17 de junho, no Brasil morreram 139 médicos e 190 enfermeiros em decorrência do novo coronavírus.

 

De acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde, por ser doença nova e, até agora, sem vacina disponível, todos estão suscetíveis a essa infecção, especialmente os profissionais dos serviços de saúde, que estão na linha de frente para o atendimento de todos os pacientes. "Os profissionais da saúde, na realização diária de suas atividades, pertencem ao grupo dos que estão expostos a vários riscos, entre eles o de serem infectados pelo novo coronavírus", analisa.

 

Do total de 5.012 profissionais notificados com sintomas da doença, residentes de Campinas, 3.914 (77%) são do sexo feminino e 1.098 (23%) são do sexo masculino. A média de idade dos profissionais notificados é de 41 anos, sendo que a idade mínima é de 17 anos e a máxima é de 89 anos.

 

O Sindicato dos Servidores informou que uma força-tarefa, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT), flagrou vários problemas nas 67 unidades de saúde municipais, entre a rede básica e Rede Mario Gatti, como falta do uso de máscara, equipamentos inadequados para o enfrentamento de uma situação tão grave, dispensadores de álcool da recepção estavam quebrados, entre outras.

 

"Fizemos várias audiências no MPT e temos dois procedimentos abertos contra a Prefeitura em decorrência de todo esse descaso e exigindo que sejam adotadas medidas para proteger a saúde e a integridade dos trabalhadores. A situação é grave e o enfrentamento da pandemia passa por garantir a saúde dos servidores públicos que cuidam da população", explica o advogado do Sindicato, Ricardo Marcondes Marreti.

 

Ele diz que as visitas resultaram em um relatório que foi encaminhado ao MPT. O órgão do Poder Judiciário deu 72 horas para a Prefeitura de Campinas responder sobre os problemas e quais seriam as soluções, mas até agora, após quase dois meses, o governo municipal não deu nenhum retorno.

 

O advogado afirma que o STMC exigiu, desde o início da pandemia, que todos os servidores fossem testados duas vezes por mês, e que só é feito o teste nos servidores que apresentam sintomas de Covid-19. Marreti diz que há subnotificação de trabalhadores que foram contaminados pela Covid-19 por falta de testes e que o quadro é mais sério e grave do que os números oficiais mostram.

 

A Rede Mário Gatti de Urgência, Emergência e Hospitalar informou, em nota, que os apontamentos feitos não procedem. A Rede esclarece que disponibiliza aos servidores os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) completos. Todos os EPIs, afirma, passam por avaliação do engenheiro de Segurança do Trabalho da Prefeitura e os dispensadores de álcool em gel estão funcionando normalmente.

 

A testagem dos funcionários, diz a nota, é setorizada e realizada nos locais onde há alguma pessoa sintomática (sintomático respiratório). Nestes setores a testagem é feita em todos os funcionários.

 

Decreto coloca funcionários de risco em férias compulsórias

Decreto que será publicado hoje no Diário Oficial pelo prefeito Jonas Donizette (PSB) coloca em férias compulsórias profissionais de saúde com mais de 60 anos, que não puderem ser remanejados para serviços administrativos.

 

A medida, que visa resguardar a vida desses profissionais, especialmente aqueles que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus, determina também férias compulsórias para servidores cardiopatas graves ou descompensados, pneumopatas, imunodeprimidos, doenças renais avançadas, gestantes ou lactantes e profissionais com doenças cromossômicas.

 

"É um decreto de proteção da força de trabalho da Saúde. As chefias avaliarão cada situação e determinaram as férias compulsórias", disse.

 

HC tem protesto por melhores condições

Um grupo de profissionais da área da saúde promoveu, no começo da manhã de ontem, manifestação em frente ao Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp. O ato teve como objetivo denunciar supostos abusos sofridos por quem atua na unidade, como sobrecarga de trabalho e falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O movimento foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU). Teve inicio às 7h e foi finalizado às 9h30. 

 

No local, os profissionais compareceram com cartazes que traziam frases como: "As vidas dos trabalhadores importam" e "Com saúde não se brinca. Exigimos respeito". Uma faixa também foi colocada numa passarela da Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332), próximo à entrada do distrito de Barão Geraldo. Tinha ods dizeres: “Todo apoio aos trabalhadores do HC Unicamp. Testes, EPIs e contratações já!”.

 

De acordo com o sindicato, há um grande número de profissionais infectados pelo coronavírus e que nem sabem disso, porque não estariam sendo testados. A entidade também alega que alguns funcionários foram internados e que os EPIs mais específicos só são entregues para os profissionais que cuidam da área de UTI do hospital.

 

Em nota, a assessoria de imprensa do Hospital de Clínicas da Unicamp informou que não existe falta de EPIs na instituição. Esclarece também que o hospital conta no momento com estoque suficiente para atender a unidade toda por 90 dias, com cerca de 2 milhões de EPIs em estoque.

 

Detalha que 150 profissionais foram testados até agora e que outros três mil testes já foram comprados. O HC explicou ainda que identificou transmissões sustentadas de coronavírus em algumas enfermarias, mas que não é possível afirmar que a contaminação foi por meio de pacientes ou profissionais de saúde. “Na linha de frente do combate à doença, não existem funcionários do grupo de risco”, destacou. (Henrique Hein/AAN)

 

Fonte: RAC




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