19/10/2020
A missão do Sinsaúde é defender e lutar por condições mais vantajosas para a categoria, não permitindo que os profissionais da saúde sejam prejudicados pelas decisões dos patrões que, muitas vezes, querem oferecer o mínimo aos seus funcionários, ou até mesmo trocar reajuste salarial por benefícios.
Entretanto, o Sindicato não decide nada sozinho. Precisa da aprovação dos trabalhadores em todas as decisões que afetem diretamente as suas condições de trabalho, mas também orienta a categoria para que não caia em determinadas situações que, mais tarde, certamente reclamarão, como é o caso da troca de reajuste salarial por benefícios.
Exemplo disso aconteceu nas negociações da Campanha Salarial de 2011, quando a administração da Santa Casa de Araraquara propôs transformar a cesta in natura pelo tíquete. “Defendíamos a melhora dos itens da cesta ao invés de trocar pelo tíquete, mas fomos surpreendidos com um abaixo-assinado com mais de 400 assinaturas de trabalhadores escolhendo o tíquete, mesmo advertindo que seria difícil administrar o reajuste do benefício”, conta a presidente da subsede do Sinsaúde em Araraquara, Claudete Defavere. “Hoje, muitos reclamam ante a dificuldade de se buscar um reajuste que acompanhe o valor monetário dos itens de uma cesta básica in natura”, completa.
O resultado da decisão foi um tíquete com reajuste que ficou congelado desde 2018 e somente após exaustivas negociações, a administração aceitou conceder 6,66% de reajuste. “Vale lembrar que, com exceção da Unimed Araraquara, que reajustou o tíquete em 2,05%, nenhum hospital da região concedeu aumento no benefício”, reforça Claudete.
REAJUSTE PRESERVA SALÁRIOS E TEM REFLEXOS IMPORTANTES
Com relação ao índice de reajuste salarial, a diretoria do Sinsaúde também tem história de lutas. Em 2013, pincipalmente para o setor de enfermagem, foi feita uma política de recuperação dos salários, que já eram defasados e desde então as negociações são para preservar os salários.
O Sindicato não abre mão do reajuste já que ele tem reflexos importantes como o FGTS, INSS, férias, adicional noturno, 13º salário e aposentadoria. “O trabalhador precisa ter a consciência de que o índice de reajuste implica em outros benefícios, inclusive previdenciários e que uma vez assinado o Acordo Coletivo de Trabalho sem reajuste nos salários, os pisos tendem a ficar cada vez mais defasados”, orienta a diretora.
Já a presidente do Sinsaúde, Sofia Rodrigues do Nascimento, reforça que o Sindicato tem uma visão geral e a longo prazo das negociações, mas que também não toma nenhuma decisão sem o consentimento dos trabalhadores. “As negociações foram intensas com a proposta tendo pequenos avanços até que se chegasse aos 2,05% de reajuste nos salários e 6,66% no tíquete. Nosso papel também é o de orientar os trabalhadores para que uma decisão tomada pensando no momento presente, não cause prejuízos irreversíveis no futuro. Estejam unidos e fortalecendo o seu Sindicato”.
UGT - União Geral dos Trabalhadores