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Só 2 em cada 10 brasileiros admitem ser preconceituosos, diz pesquisa do Ibope


09/10/2017

De cada dez brasileiros e brasileiras, apenas dois assumem ser racistas, machistas ou homofóbicos, mas sete admitem já ter feito alguma declaração discriminatória pelo menos uma vez na vida. "Mulher tem de se dar ao respeito", "não sou preconceituoso, tenho até um amigo negro" e "pode ser gay, mas não precisa beijar em público" são exemplos de comentários que expressam a reação da população diante da diversidade racial, de gênero, de orientação sexual ou estética.

 

"O brasileiro não tem consciência de que as coisas que diz demonstram preconceito", disse Márcia Cavallari, diretora-executiva do Ibope Inteligência, responsável por mapear as práticas discriminatórias dos brasileiros em pesquisa inédita sobre preconceito realizada em todo o País entre os dias 16 e 21 de setembro deste ano.

 

O levantamento do Ibope encomendado pela Ambev-Skol, obtido com exclusividade pelo Estado, questionou se os entrevistados têm algum tipo de preconceito. De 2.002 brasileiros e brasileiras abordados pelo Ibope, 17% disseram "sim" - 83% responderam "não". Em seguida, os pesquisadores apresentaram frases racistas, machistas, homofóbicas e gordofóbicas, e perguntaram a todos os entrevistados se já fizeram esses comentários.

 

"As pessoas tendem a dar a resposta politicamente correta. Quando perguntamos diretamente se a pessoa tem preconceito, ela acha que não tem. Só que, quando apresentamos frases preconceituosas, o índice aumenta bastante", afirmou Márcia. Do total de pesquisados, 73% admitiram ter falado frases como "mulher ao volante, perigo constante", "ela tem cabelo ruim", "isso é coisa de mulherzinha", "ela é bonita, mas é gordinha", entre outras.

 

A professora de inglês Lorena Monnerat, de 36 anos, já foi vítima de gordofobia e machismo. "O mais clássico é ouvirmos 'Ela é linda de rosto'. Na maioria esmagadora das vezes, a pessoa não teve intenção consciente de ofender", diz. "É muito chocante ver isso colocado como elogio. Ela acha que é elogio dizer que, do seu corpo, salva-se o rosto. O preconceito está arraigado. Quando você aponta esse preconceito, as pessoas ficam ofendidas, dizem que não tiveram a intenção".

 

Para ela - que já foi obesa e hoje se considera somente gorda -, é preciso diferenciar gordofobia de pressão estética, caso em que as mulheres estão alguns quilos acima do peso. Lorena afirma que gordofobia é quando uma pessoa não consegue passar na roleta do ônibus, tem medo de sentar em uma cadeira porque acha que pode quebrar ou é "humilhado constantemente" por não encontrar roupa nas lojas.

 

"Só recentemente consegui comer em público. O prato do gordo é vigiado. Quando você é gordo, está no self-service e se levanta para pegar sobremesa, você tem a sensação de que todos estão olhando para você e para o tamanho do seu prato", explica. Segundo a professora, uma mulher gorda é muito solitária. "Você entra em uma balada e ninguém olha para você. Você é preterida, invisibilizada. Existe muito essa dificuldade de se sentir desejada. É um problema de auto-estima gravíssimo", afirma. 

 

Fonte: Estadão


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