20/11/2021
A UGT-BA manifesta profundo repúdio à intimação e intimidação praticadas contra a professora do Colégio Estadual Thales de Azevedo, em Salvador, que ocorreu no dia 16 de novembro, obrigando-a a comparecer à Delegacia de Proteção da Criança e do Adolescente, em virtude da denúncia de uma mãe de aluna, por ensinar conteúdos “esquerdista” e “de doutrinação feminista”.
Por meio de nota, a direção do colégio repudiou a intimação, avaliada como censura ao exercício laboral da professora e afronta ao corpo docente e a gestão da escola.
"Infelizmente, as alegações de que os conteúdos curriculares das ciências humanas são de cunho ‘esquerdista’ e os conteúdos de linguagens são de ‘doutrinação feminista’ têm provocado o enviesamento dos conhecimentos historicamente construídos e dos fenômenos sociais, em silenciamento dos docentes. Essa situação, portanto, viola o direito profissional e o respeito ao trabalho docente em disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação e do Plano Nacional de Educação", diz a nota.
“A União Geral dos Trabalhadores do Estado da Bahia lamenta profundamente que ocorrências como essa estejam acontecendo no ambiente escolar, um espaço tão importante para a construção do senso crítico dos alunos e que busca, cada vez mais, oferecer uma educação pública de qualidade, gratuita e laica. Não é aceitável que exista intimidação, coação e pressão psicológica para cercear a liberdade de expressão dentro das escolas do nosso estado.” Disse Marcelo Carvalho, presidente da entidade.
“Manifestamos nosso apoio irrestrito à comunidade escolar do Thales de Azevedo, em especial à professora que foi intimada. Não podemos mais aceitar esse tipo de perseguição, ataques e ações de grupos fascistas e anti-democráticos.” Completou o presidente da UGT-BA, Marcelo Carvalho.
UGT - União Geral dos Trabalhadores