22/11/2021
Depois de a carteira verde amarela e a MP 1.045 terem sido derrotadas pela pressão, resistência e luta do movimento sindical, o governo Bolsonaro tenta mais uma vez implementar uma nova reforma trabalhista, sob o manto parlamentar. Trata-se, mais uma vez da obsessão política de uma perigosa elite financeira de extinguir qualquer amparo e proteção ao trabalhador.
Essa elite nem sequer disfarça sua falta de argumentos para tal investida. Agora, por meio de seus porta-vozes no governo, defende que a “flexibilização trabalhista resolveria o problema do alto desemprego e melhoraria as condições para os informais”. É mais uma manobra que insiste em aprofundar a reforma de Michel Temer. Uma reforma que conduziu o Brasil à crise que eles mentirosamente dizem tentar resolver: aumento recorde do desemprego e da miséria.
Nos anos anteriores à reforma de 2017 o Brasil estava no caminho do crescimento. Estávamos na lista dos países mais industrializados, o desemprego era baixo, pouco a pouco a desigualdade diminuía e o povo brasileiro vivia a amplamente noticiada ascensão da Classe C, com maior acesso a bens e serviços. Tudo sob plena vigência da CLT.
Na contramão daquele crescimento, ao retirar ainda mais direitos, o governo aumentará o contingente de desempregados e miseráveis que, oprimidos pela necessidade de sobrevivência, acabarão se dispondo a trabalhar em qualquer condição para poder comer e, com sorte, morar em algum lugar. Talvez seja essa a ideia desse grupo.
Além de repudiar, resistiremos e reagiremos contra essa e qualquer outra medida nefasta. Vamos dialogar com os parlamentares e pressioná-los, organizar manifestações e também mostrar para as nossas bases, em 2022, quais os candidatos que estão comprometidos com os interesses dos trabalhadores. Como na luta exitosa que fizemos contra a MP 1.045: “se votar, não volta”.
Reafirmamos que para gerar emprego digno e melhorar as condições de trabalho é preciso investir em infraestrutura e em setores intensivos de mão de obra, dar atenção especial às micro, pequenas e médias empresas, investir em educação e formação profissional, além de reindustrializar o país fomentando o crescimento e cobrindo os desempregados e os informais com postos de trabalho e direitos previstos na CLT.
Garantir direitos e valorizar o trabalho proporciona
ao conjunto dos trabalhadores maior segurança para se planejar, tempo livre
remunerado, fundo de garantia e poder de consumo. E essa é a mais poderosa
força para aquecer a economia e promover o crescimento inclusivo de um país.
São Paulo, 22 de novembro de 2021
Sergio
Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel
Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo
Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson
Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil)
José
Reginaldo Inácio, Presidente da NCST (Nova
Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio
Neto, Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Atnágoras
Lopes, Secretário executivo nacional da Central Sindical CSP-Conlutas
Edson
Carneiro Índio, Secretário-geral da Intersindical Central
da Classe Trabalhadora
Emanuel
Melato, Coordenador da Intersindical – Instrumento de
Luta
José
Gozze, Presidente da Pública Central do Servidor
UGT - União Geral dos Trabalhadores