25/11/2021
Dando
continuidade ao Projeto de Formação Político-sindical, realizado durante este
ano, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), em parceria com o Instituto
Solidarity Center/AFL-CIO, iniciou no dia 22 de novembro, o III Módulo aplicado
aos dirigentes sindicais e trabalhadores(as) da Região Sul do Brasil. Realizado através da Secretaria de
Organização e Formação Político-sindical, que tem como Secretário Chiquinho Pereira,
Presidente do Sindicato dos Padeiros de São Paulo, e como Coordenador Executivo
o Professor e Sociólogo, Erledes Elias da Silveira, o Curso ocorrerá até o dia
25/11, no formato online, finalizando as primeiras etapas do referido Projeto
para esse período.
Com o tema
chave “Comunicação como Instrumento para Sindicalizar e Reforçar o Poder dos
Trabalhadores(as)”, serão abordadas questões sobre a importância da
Comunicação como fator estratégico para as lutas dos trabalhadores(as) e
fortalecimento dos sindicatos, diante das transformações que estão ocorrendo no
Mundo do Trabalho.
Nos dois
primeiros dias foram abordados importantes temas: “Mídia
e Poder – Comunicação a Serviço de Quem?”, as “10 Estratégias de Manipulação da
Comunicação/Massa”; e “Comunicação Sindical e Sociedade – Como Estamos nos
Comunicando? A Sociedade tem Clareza dos nossos Objetivos e Propósitos?”
A Comunicação e o Poder das Grandes Corporações
Em sua palestra
sobre “Mídia e Poder – Comunicação a Serviço de Quem?”, as “10 Estratégias de
Manipulação da Comunicação de Massa”, a Filósofa e Sindicalista, Marina Silva falou
que as instituições que dão sustentação as “Visões de Mundo”, Cibernética e Mercadológica,
originam uma Rede de Poder Corporativo Global e que as empresas multinacionais
e/ou transnacionais dão materialidade ao Projeto Neoliberal, o que significa o
surgimento de um novo Regime de Acumulação de Capital.
Essas
corporações, muitas delas têm um capital superior ao PIB de inúmeros países,
controlam de forma organizada uma cadeia produtiva gerando um grande poder
econômico, político e cultural. Com o Poder Econômico, essas empresas controlam
os preços dos produtos e serviços por parte do Estado; querem um mercado
desregulado; exigem que a base da economia deve ser formada por empresas
privadas, com o máximo de lucro; fazem culto ao setor privado e críticas ao
setor público, com o objetivo de promover o Estado mínimo, acabando com o papel
Social do Estado.
Thomas
Jefferson, 3º Presidente norte-americano (1801-1809) e autor da Declaração da
Independência, dos EUA, acreditava que todo homem tem direito à vida, à
liberdade, à busca da felicidade. Ele dizia: “Formamos um governo para garantir
isso. Mas quando as empresas ou outros grupos especializados se tornam mais
poderosos do que os governos, nossa segurança está em risco. Quando não se regulamenta
o poder das empresas e dos bancos, isto com certeza se constituirá em uma
ameaça à democracia.” Ainda na opinião dele “Os bancos são mais perigosos para
a nossa liberdade que os exércitos com armas”
Marina Silva passou
o vídeo “10 Estratégias de Manipulação de Massa”, do Filósofo Noam Chomsky,
onde, segundo ele, “Para mudar o mundo, primeiro é preciso mudar os meios de
comunicação”. Para Noam Chomsky, é necessário comparar verdades, avaliar fontes
e trazer os fatos para se evitar a manipulação e que a manipulação pode ser considerada
uma das armas de maior poder na atualidade. Com capacidade de mudar o rumo da
história esse tipo de influência social está cada vez mais presente em nosso
dia a dia, e se você não souber como se defender desse tipo de arma, pode
acabar sendo levado a fazer e defender coisas que são contra seus valores e
princípios, resultando em processos mentais que vão além de nossa compreensão.
Como Estamos nos Comunicando
A
exposição de Gustavo Garcia, Oficial de Programa do Solidarity Center para o
Brasil e América Latina sobre “Comunicação sindical e sociedade – Como estamos
nos comunicando? A sociedade tem Clareza dos nossos objetivos e propósitos?”, chamou a atenção dos participantes, principalmente
quando ele afirmou que é preciso compreender que a “Ação” do Sindicato é,
também, uma forma de Comunicação importante para gerar experiências positivas
de sindicalismo em nossas comunidades. Compreender que a Comunicação com a
Sociedade pode ser dada através das inúmeras lideranças filiadas à entidade, ou
através da interferência da entidade nas Políticas Públicas, participando da
vida política nos municípios, de Conselhos de Saúde, de Educação, Meio
Ambiente, entre tantas ações que busquem construir ou efetivar políticas de
Estado que beneficiem os trabalhadores(as) e a sociedade.
Gustavo Garcia
alerta para o fato de que a Comunicação pode acontecer de várias formas e, no
atual contexto, mais do que nunca, o Movimento Sindical precisar ampliar seus
horizontes e entender que a luta de classes ocorre na disputa das ideias e,
neste sentido, é preciso debater as nossas ideias com os trabalhadores(as), nos
locais de trabalho, nos bairros onde moram, nas suas organizações esportivas,
enfim, onde houver trabalhadores(as) com demandas e que a Ação do Sindicato
possa contribuir para resolvê-las.
Ele lembra que
nos últimos períodos os ataques do governo ao Sistema Sindical brasileiro,
retirando sua sustentação financeira, promovendo a mais terrível campanha de
desqualificação dos sindicatos e dos sindicalistas, com o apoio da Grande
Mídia, contribuíram para que essas entidades sofressem problemas de
invisibilidade e estereótipos negativos na sociedade.
A quebra desses
estereótipos, que funciona tanto com nossos afiliados quanto com a sociedade, é
AGIR nas questões que importam, tanto no local de trabalho quanto na sociedade.
ENVOLVER o trabalhador na vida do sindicato, e ENVOLVER o sindicato na vida da
sociedade. É pela nossa AÇÃO que nos comunicamos mais efetivamente com a
sociedade, porque ação que envolve a comunidade cria experiências que podem
quebrar os estereótipos negativos e a invisibilidade do sindicalismo, reafirma
Gustavo.
UGT - União Geral dos Trabalhadores