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Simulação de violência à mulher em baile funk abre segunda pauta do dia


28/04/2015

 

A segunda mesa desta III Conferência de Gênero, Raça e Juventude da UGT, que acontece em Praia Grande (SP), discutiu a Igualdade para as Mulheres. Com coordenação da secretária nacional da Mulher da UGT, Cássia Bufelli. 

 

Ao som de “Dança Sensual”, do Mc Koringa, foi simulada uma situação de uma jovem assediada em baile funk, que acaba tendo uma gravidez indesejada e, rejeitada pelo pai da criança que não quer reconhecer o filho, acaba vitimada por agressão. Na presença da delegada Dra. Celi Paulinio Carlota, titular da 1a Delegacia de Defesa da Mulher – Centro, SSP/SP, foi realizado um mini júri. Desde a importância da denúncia, a necessidade de empoderamento, até a questão do empreendedorismo como suporte de independência da mulher, foi discutida a temática: Contra Todas as Formas de Violência e Discriminação.

 

“Essa violência abrange todas as raças e idades e em relação à juventude, existem delitos específicos, como os dos bailes funks, o que leva a mulher ser vítima de estupro. Queremos acabar com a impunidade. É importante que se leve à delegacia e ao juiz, para que o agressor seja punido. Esses crimes são frequentes nas delegacias da mulher de violência sexual. No caso de agressão e lesão corporal, a ocorrência registrada vai até o fim, não pode ser retirada”, explica Dra. Celi, que salienta que os estupros também acontecem dentro de casa, pelos pais ou avôs. 

 

Dra. Celi mostrou toda a evolução na ocorrência policial com a criação da Lei Maria da Penha e vê na iniciativa da UGT, uma ação importante. “É só com  a prevenção que teremos um País melhor. Não é só com cadeias, o que resolve é educação!”, registra a delegada.

 

Com esta temática, Cássia visou mostrar na prática o que as jovens enfrentam no seu dia a dia nas escolas, nas cidades, trabalho, no campo ou florestas. “ A UGT tem que lutar contra isso. Temos um compromisso moral e ético de batalhar por essa defesa e contar com o mecanismo de proteção , das delegacias, disque-denuncias e nós, movimento sindical, temos que ter um papel de orientação dessas mulheres para não acabarem sendo as próxima vitimas”. E acrescenta, citando Paulo Freire: “A mudança começa em nós”. 

 

Para Cássia, deve ser imediata a não aceitação das violências declaradas no mundo do trabalho, que passa desde a discriminação, violência sexual e a diferença salarial entre homens e mulheres, que é de 30% a 40% a menos. “O objetivo é construir a igualdade, acabar de uma vez por todas as discriminações e promover a autonomia da mulher, em todos os espaços. E com ajuda e colaboração dos homens, encaminhar ao Congresso da UGT o projeto de cotas de 30% para as mulheres nos sindicatos, assim como para a juventude”.

 

Maria Cristina Corral da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres de SP apontou os passos para uma Construção da Igualdade. A partir de princípios orientadores, mostrou que a mulher precisa ter autonomia para o trabalho, financeira e com o próprio corpo. “A mulher tem que ter o poder de escolha para a sua vida. Seja na divisão de trabalho efetiva, seja no ambiente de trabalho, em casa, no cuidado com os filhos. Ter um estado de caráter laico, o que dá o poder de decisão, e o estado dar a possibilidade à mulher de executar o que ela quer naquele momento, como o caso do aborto, por exemplo”.

 

A partir da origem da desigualdade vinda do trabalho no capitalismo, Maria Cristina vê como alternativa para o alcance da equidade, as Políticas para Construção de Igualdade.

 

Clatia Regina Vieira da ONG Marcha das Mulheres Negras (ONG) fala da inclusão das mulheres negras e da necessidade de o movimento sindical abrir mão de certos preconceitos para fazer as coisas acontecerem. 

 

“A Marcha vai de encontro a questões de preconceitos e exclusão. Temos o entendimento que pautamos tudo, depois de três conferências de mulheres, de três conferências de igualdade racial, entre encontros nacionais. Por que vamos às ruas? Porque nossa invisibilidade faz com a que as nossas políticas sejam implementadas de forma ‘meia-boca’. Essas políticas ainda não dão conta de atender as mulheres negras”, defende. 

 

Clatia traçou um panorama do que é preciso à mulher para chegar no cenário sindical: “A mulher precisa ser sindicalizada para chegar até aqui e para isso precisa estar em um emprego formal. E no sindicato também precisamos disputar espaços. E pior do que chegar, é a dificuldade de nos manter. Quando formos para o Congresso, pautar questões que nos darão visibilidade e nos encaminhar”, destaca.

 

Gutemberg Guedes, secretário da Juventude do Espírito Santo, salientou a política contra toda a forma de preconceito. “Gostaria de ver como proposta, a cota de 30% a vagas de mulheres no Parlamento, não só nos partidos. As mulheres têm que estar no Parlamento, que é machista e conservador. A mulher tem que ter sua atuação, assim como as mulheres indígenas”, lembra.

 

Maria Normelia Alves Nogueira, da Secretaria da Mulher da UGT-D, pautou nas formas violência contra as mulheres, mas destacou a violência de gênero. E encerrou com a frase de Martin Luther King: “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito”, pedindo que a discussão seja levada adiante.

 

Mariana Veltri – imprensa da UGT / Foto: Bacani

 




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