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A questão do ENEM: vamos jogar fora apenas a água suja


09/11/2010



Enilson Simões de Moura - Alemão

Mais uma vez, o Brasil é surpreendido com a absurda incompetência de um dos setores fundamentais de um país: a Educação. Diante dos problemas ocorridos no ano passado, que levaram inclusive ao cancelamento do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), deveria haver neste ano uma tropa de elite cuidando de todas as fases do processo. Lamentavelmente, não foi o que aconteceu.

Os novos erros cometidos dão vozes aos abutres de plantão que querem desmoralizar o ENEM, instrumento fundamental de democratização do ensino e que rompe com a fórmula simples dos vestibulares - os quais só favorecem as grandes corporações educacionais.

O Exame contempla, de forma vigorosa, a capacidade do aluno em seus amplos aspectos e abandona definitivamente a decoreba, ao valorizar a capacidade crítica e o raciocínio do estudante. Ano após ano, as provas têm amadurecido e aproximam-se muito do que seria o ideal, sempre difícil de ser alcançado, nem por isso uma meta que não deva ser buscada incessantemente.

Ao trazer a público o verdadeiro estágio da Educação em nosso país, o ENEM desmascara grandes corporações educacionais e escolas incompetentes que cobram altos valores nas mensalidades por um ensino, muitas vezes, deficiente. Professores mal preparados, escolas padronizadas, alunos transformados em robôs. Tudo isso é revelado pelo Exame.

Por isso, a desmoralização do ENEM cai como uma luva para essas instituições (algumas, inclusive, públicas). É inaceitável andarmos pela periferia das grandes cidades e constatarmos o estado em que se encontram muitas das escolas públicas. O paradoxal é que muitas escolas particulares, de invejável aparência arquitetônica, encontram-se no mesmo estado de abandono intelectual.

Por outro lado, diante do burburinho da mídia, setores do Judiciário apressam-se em tomar decisões não pautadas pela lógica e sim pelo subjetivo. A prova do ENEM é baseada na Teoria de Resposta ao Item (TRI), o que significa que, os erros cometidos no processo pelos tresloucados" e não corrigidos pelos "aloprados", não comprometem a prova como um todo. Justiça aqui é repetir a prova apenas para os prejudicados, pois comprometer todo o exame seria penalizar milhões de estudantes que se dedicaram o ano todo para enfrentá-la. Seria, como se diz no interior, jogar fora a água suja junto com a criança. Não é o caso.

É fundamental que o governo e a população compreendam que a Educação é um ativo muito mais importante do que o pré-sal. É na Educação que está a consolidação de um país que se propõe a ser mais do que um produtor de commodities. A Educação abre as portas da tecnologia, da humanidade, da cidadania, da liberdade, do desenvolvimento e da vida plena.

O ENEM está fazendo essa revolução. É preciso preservá-lo e apoiá-lo. Agora, não podemos aceitar os atos daqueles que verdadeiramente conspiram contra o País. São esses incompetentes que deixaram, mais uma vez, que o Exame fosse alvo de descrédito diante da sociedade. São esses inacreditáveis "assessores", portadores de "cargos de confiança" que, sem nenhuma competência, tomam de assalto o Estado brasileiro. É espantoso, nesse sentido, o silêncio tumular da União Nacional dos Estudantes (UNE). Estará ela efetivamente morta?

Enilson Simões de Moura - Alemão

Vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)

Presidente do Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sindbast)

sindbast@sindbast.org.br"


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