06/11/2025
Por Milton de Araújo
Neste mês de novembro, a Capital paraense Belém do Pará está sendo o centro das atenções do mundo. A realização da COP30 — Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas — em solo brasileiro representa um marco histórico. Mais do que uma agenda ambiental, esse encontro é uma oportunidade para discutir o futuro da humanidade e, principalmente, o futuro do trabalho.
Por isso, como dirigente sindical comerciário, vejo a COP30 como um espaço estratégico para reafirmar que a luta por um planeta equilibrado é também a luta por condições dignas de trabalho e de vida, como defendi recentemente em Genebra, na Conferência da OIT. O debate sobre o clima não pode ficar restrito a governos e empresas; precisa incluir, com voz ativa, os trabalhadores e suas representações sindicais.
O aquecimento global já é uma realidade que atinge o Brasil de forma intensa. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC) mostram que o País registrou, nos últimos dois anos, as maiores médias de temperatura da história, com ondas de calor ultrapassando os 40 °C em diversas regiões, e afetam diretamente a vida da Classe Trabalhadora, com impacto direto nos ambientes de trabalho.
No comércio, por exemplo, trabalhadores expostos ao calor extremo sofrem com fadiga, desidratação, insolação e maior risco de acidentes. Além disso, o aumento das temperaturas e a má qualidade do ar afetam a concentração e a saúde mental, comprometendo o bem-estar e a produtividade. A proteção do meio ambiente é, portanto, uma forma de proteger vidas e empregos.
A nossa Central Sindical UGT – União Geral dos Trabalhadores será uma das protagonistas brasileiras na COP30. A entidade tem se destacado por seu engajamento nas pautas ambientais e sociais, levando ao debate internacional a bandeira de que não existe sustentabilidade sem justiça social. Presença confirmada no evento, o presidente da Central, Ricardo Patah defende que a agenda climática deve caminhar junto com a defesa dos direitos trabalhistas, promovendo políticas que protejam tanto o planeta quanto os trabalhadores.
Atentos aos debates que estarão em pauta durante a participação dos trabalhadores no evento, a categoria comerciária paulista, representada pelo presidente da CNTC e da Fecomerciários, e vice-presidente da UGT, Luiz Carlos Motta, entende que não há futuro para o trabalho num planeta em colapso, por isso vem adotando medidas preventivas contra os impactos do aquecimento global nos ambientes de trabalho, como a recente distribuição de uma cartilha do MTE sobre conforto térmico.
Estaremos atentos aos resultados da COP30, defendendo que preservar o meio ambiente é também defender a vida, o emprego e a dignidade dos trabalhadores brasileiros.
Milton de Araújo é presidente do Sindicato dos Comerciários de Jundiaí e Região e diretor cultural da Fecomerciários
UGT - União Geral dos Trabalhadores