07/11/2025
A Cúpula dos Povos é um movimento autônomo da sociedade civil que se estabelece como um espaço paralelo e crítico às Conferências das Partes (COPs) oficiais da ONU sobre o clima. Inspirada em iniciativas anteriores, como o Fórum Global de 1992 e a Cúpula dos Povos por Justiça Social e Ambiental durante a Rio+20, em 2012, esta Cúpula busca amplificar as vozes de comunidades indígenas, tradicionais e periféricas.
O principal propósito da Cúpula é trazer para o centro do debate climático as perspectivas e demandas daqueles que menos contribuíram para a crise climática, mas que mais sofrem seus impactos. Enquanto as COPs oficiais frequentemente se concentram em números e metas, a Cúpula dos Povos aborda a crise climática sob a ótica de vidas, direitos e territórios, promovendo uma visão de futuro baseada na justiça social e ambiental — um dos temas defendidos pela UGT.
A Cúpula representa um espaço plural de diálogo e resistência, reunindo sindicatos, movimentos sociais e organizações da sociedade civil em torno da justiça climática e social. A UGT – União Geral dos Trabalhadores, comprometida com essa bandeira de luta, busca fortalecer alianças e promover a articulação entre sindicatos, movimentos sociais, ambientais e organizações da sociedade civil.
Para a UGT, essa aliança é essencial para a construção de um novo paradigma de desenvolvimento sustentável, baseado na dignidade, solidariedade e democracia participativa. O protagonismo sindical nesse processo é fundamental.
Desde março de 2023, diversas organizações e movimentos sociais, ambientais e centrais sindicais no Brasil têm trabalhado na construção desta Cúpula. Este esforço conjunto visa criar uma representação unificada que reflita a riqueza dos biomas e a diversidade dos povos brasileiros, desenvolvendo uma declaração política e princípios orientadores.
A importância da Cúpula reside na capacidade de oferecer uma plataforma para o protagonismo da sociedade civil. Ela se contrapõe à abordagem muitas vezes tecnocrática das negociações climáticas oficiais, enfatizando a necessidade de soluções que partam da realidade e do conhecimento dos trabalhadores, trabalhadoras e das comunidades que vivem diretamente as consequências das mudanças climáticas.
Este espaço autônomo é crucial para amplificar vozes silenciadas, promover a justiça climática, construir propostas reais e mobilizar a opinião pública. Conscientizar e mobilizar nossos sindicatos sobre a urgência da crise climática e a necessidade de uma transição justa e solidária — onde ninguém seja deixado para trás — é fundamental.
A Amazônia, local da COP 30 em Belém, torna-se um símbolo poderoso de resistência e luta por justiça climática, com a Cúpula dos Povos destacando a importância de suas comunidades e ecossistemas para o futuro do planeta.
A participação na Cúpula dos Povos rumo à COP 30 é aberta a sindicatos, movimentos sociais e populares, e organizações da sociedade civil.
O processo de adesão envolve o preenchimento de um formulário de adesão à Carta Política do movimento, que pode ser encontrado no site oficial da Cúpula dos Povos. Este formulário serve para formalizar o compromisso com os princípios e objetivos da Cúpula, que incluem a defesa de agendas socioambientais e de direitos.
É fundamental que a sociedade civil de todo o mundo se engaje ativamente para garantir que a COP 30 represente um ponto de virada na luta contra a crise climática, com soluções que partam das bases e respeitem a diversidade de povos e territórios.
Hoje, são mais de 1.100 entidades filiadas.
A COP 30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) ocorrerá em Belém, Pará, no Brasil, de 10 a 21 de novembro de 2025.
A Cúpula dos Povos, como evento paralelo e autônomo, terá suas atividades concentradas entre os dias 12 e 16 de novembro de 2025, na Universidade Federal do Pará (UFPA), também em Belém.
É importante notar que, embora as datas estejam dentro do período da COP 30, a Cúpula se configura como um espaço independente, com sua própria agenda e dinâmica, buscando influenciar e dialogar com as discussões oficiais, mas mantendo sua autonomia e foco nas demandas dos povos e comunidades.
O protagonismo sindical nesse processo é fundamental para garantir que as transições econômicas e climáticas não aprofundem desigualdades, mas gerem oportunidades sustentáveis e justas para todos os trabalhadores e trabalhadoras.
Mais informações:
Procure a Secretaria Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da UGT e o Comitê de Sustentabilidade pelo e-mail:
sustentabilidade.ugt@gmail.com
UGT - União Geral dos Trabalhadores