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ARTIGOS

Paulo Rossi
Presidente da UGT-PARANÁ, do SINEEPRES e Secretário de Relações Internacionais da FENASCON


Brasil à beira de uma convulsão social!


10/07/2019

Todos nós conhecemos um, seja parente ou amigo: No Brasil, os  desempregados e desempregadas são muito mais do que imaginamos.  Quando somadas, essas pessoas chegam a assombrosos 28,52 milhões sem emprego!  Esse número, apresentado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad), encerrada em maio, é recorde em todos os tempos, quando comparados aos números do primeiro trimestre de  anos anteriores.

 

Pior, a taxa composta de subutilização da força de trabalho aumentou de 24,6% no trimestre até fevereiro para 25% no trimestre até maio. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial (desempregados, subocupados ou que não podem trabalhar por motivos diversos).

 

Mas essa seria apenas mais uma estatística do desastre promovido pela reforma trabalhista aprovada em 2017 pelo congresso nacional, e que, ao contrário do que alardeava, vem produzindo mais desemprego e desigualdade no país. E esses números tendem a piorar. Apenas nos primeiros dias de julho, duas grandes empresas sediadas no Rio Grande do Sul anunciaram o fechamento de suas unidades, promovendo a demissão de mais de 500 trabalhadores, sem falar nos mais de 10.000 empregos dizimados somente na região sul durante o mês de maio, segundo dados do Caged/ME.

 

Para se ter uma ideia do cenário do desemprego no Brasil, a população ativa brasileira soma perto de 79 milhões, ou seja, 46,7% de toda a população do país. Esse percentual é considerado baixo, pois cerca de 53,3% dos brasileiros ficam à mercê dos economicamente ativos. Quando pensamos que anualmente são colocados  no mercado perto de 1 milhão de jovens aptos ao trabalho, e que não terão um emprego, as estatísticas apresentam índices ainda mais preocupantes.

 

Com os números do desemprego crescendo, fica explícita a intenção do governo de acabar com a representatividade dos trabalhadores. Em seus discursos, Bolsonaro, por várias e várias vezes, ataca o movimento sindical. Não é preciso ser cientista social para entender que em um país sem direitos trabalhistas, sem entidades de defesa dos trabalhadores, onde algumas pessoas que se intitulam “empreendedores”, mas na realidade são escravagistas do Século XXI - sorrateiras de suas obrigações sociais e grandes devedores da previdência social, a iminência de uma convulsão social fica visível a cada dia.

 

No primeiro semestre de 2019 nada foi feito para reverter a ordem desordeira da exploração da mão de obra brasileira. Ao contrário, através de decretos e medidas provisórias, foram criadas normas que precarizam ainda mais as relações de trabalho, como por exemplo a facultatividade da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. 

 

A reforma previdenciária, anunciada como a “Nova Previdência”, é mais um engodo no macabro mundo fantasioso de um governante que chega ao descalabro de incitar o trabalho infantil, ou invés de propor medidas concretas para colocar jovens e adultos no mercado de trabalho. 

 

Na carona do desemprego vem a fome, a revolta, a violência social. Um governo que não é capaz de criar condições humanas de vida para seu povo, não é digno da cadeira que ocupa. Prova disso, é a recente pesquisa em que apenas 33% da população aprova o atual mandatário. Fazendo um trocadilho com seu nome, é muito pouco em apenas seis meses para quem se intitula o representante do “Messias”.

 

O Brasil caminha rumo a uma grande crise social, sem precedentes em sua história. Não cabe mais aos trabalhadores custearem o ônus da irresponsabilidade e incompetência de qualquer (des)governo. Basta!




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