10/11/2025
A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30) foi oficialmente aberta nesta segunda-feira (10), reunindo delegações de 194 países em um momento decisivo para o futuro do planeta. O encontro ocorre em meio a uma escalada dos efeitos extremos do aquecimento global, como os tornados que atingiram cidades do centro do Paraná na última sexta-feira (7), confirmados pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Estado (Simepar).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o discurso de abertura da conferência, ressaltando a urgência de uma ação coletiva para frear a destruição ambiental que já atinge milhões de pessoas em todo o mundo. Em tom firme, Lula afirmou que “se os homens que fazem guerra se reunissem para preservar a vida, e não para destruí-la, teríamos investido 300 trilhões em preservação e já teríamos resolvido os problemas climáticos”.
Lula destacou ainda que a COP 30 é uma oportunidade de “dizer a verdade sobre o que estamos vivendo e o que precisamos fazer”. Para o presidente, o desafio climático exige coragem política e cooperação global, especialmente num momento em que os eventos extremos se multiplicam e a desigualdade agrava os impactos ambientais.
O presidente da COP 30, André Corrêa, reforçou essa visão ao declarar que esta é “a COP da economia e, como bem definiu o presidente Lula, a COP da verdade”. Corrêa lembrou que a transição ecológica precisa estar no centro das políticas econômicas, e que o desenvolvimento sustentável deve ser visto como oportunidade, não obstáculo.
Em seu discurso, o ministro do Meio Ambiente do Azerbaijão, Mukhtar Babayev, destacou a relevância histórica da conferência e fez um apelo para que o encontro não seja “em vão”. “Entramos em um período em que não cabe mais apenas discutir: precisamos agir”, afirmou, defendendo o multilateralismo como único caminho possível para enfrentar a crise climática de forma efetiva.
Durante a cerimônia de abertura, parlamentares e representantes de organismos internacionais lembraram que conquistas passadas — como o Protocolo de Montreal, que em 25 anos reduziu em 95% os gases que causaram o buraco na camada de ozônio — mostram que a cooperação internacional é capaz de gerar resultados concretos. Também foi relembrado o Acordo de Paris, firmado há dez anos, que ajudou a conter o aquecimento global projetado de 4°C para níveis mais controlados.
Apesar dos avanços, os líderes presentes reconheceram que o caminho ainda é longo e exige medidas imediatas, especialmente na redução de emissões de carbono, no combate ao desmatamento e no investimento em energias limpas.
A COP 30 abre, assim, um novo capítulo na história das negociações climáticas globais — um momento de união entre ciência, política e sociedade civil, com a esperança de que a “COP da verdade” marque o início de uma virada concreta na luta contra a crise climática.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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